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"Resultado que nasce incansável da arte de lapidar palavras e transmitir conteúdos"

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O que fazer com o lixo eletrônico?


Por que devemos nos preocupar?



Computadores usados são lixo eletrônico!
Foto: Aidon (Getty Images)
O Brasil possui uma das maiores indústrias de reciclagem do Planeta. No entanto, apenas para outros tipos de material, como o alumínio, e não para o chamado lixo eletrônico, que se não é corretamente reciclado pode liberar elementos químicos tóxicos. “Na área de reciclagem de eletrônicos, nosso país ainda tem muito a desenvolver” constata Felipe Andeuza, um dos integrantes do grupo Lixo Eletrônico, um site que tem por objetivo principal agregar conhecimentos, agentes e discussão sobre o assunto. 



Quando se trata de descartar um computador quebrado, bateria estragada ou celular usado, diversas ações podem ser tomadas para que o produto seja corretamente reciclado e não enviado a aterros e lixões impróprios. Uma opção é contatar a empresa fabricante do produto a ser descartado e descobrir se ela possui algum programa de reciclagem de seus produtos. Em alguns países, a reciclagem de resíduo eletroeletrônico (weee) é de responsabilidade dos próprios fabricantes. No Brasil, o projeto de lei nacional 1991/07, que está a dois anos em discussão, pretende regulamentar o descarte de resíduos sólidos em todo o território nacional.



Empresas com programas de reciclagem



Um exemplo de empresa que possui um programa de devolução gratuita e reciclagem de seus produtos, evitando a destinação incorreta, é a HP Brasil. A HP incentiva seus clientes a descartarem seus equipamentos antigos através de campanhas de trade in, isto é, comprar um produto novo entregando um item usado como parte do pagamento. O site da empresa garante que todos os equipamentos passam por um processo rígido de desmontagem e separação de suas partes para posterior trituração. Diz ainda que as baterias são enviadas para um centro de reprocessamento no qual são cortadas e moídas e que o resultado final são sais e óxidos metálicos que podem ser utilizados na fabricação de outros produtos como tinta, cerâmica, vidro e refratários. A HP Brasil promete que entrará em contato com o usuário que decidir descartar seu produto através do envio de um e-mail (para reciclagem@hp.com), informando possíveis locais para a devolução de quaisquer tipos de objetos.


Já a Itautec, outra grande empresa fabricante de computadores, possui um programa ambiental desde 2001 e recicla os equipamentos de sua marca desde 2003. Segundo João Carlos Redondo, gerente de sustentabilidade, “atualmente a empresa recicla em torno de 460 toneladas de produtos por ano, oriundos de clientes corporativos, sendo muito pouco de clientes pessoas físicas”. O gerente ainda explicou que “100% de um computador é reciclável, sendo 97% no Brasil e 3% em empresas especializadas na Bélgica e Cingapura, em função da tecnológica disponível”. 


Nokia Brasil, empresa fabricante de telefones celulares, por sua vez, segue as orientações do Conselho Nacional do Meio Ambiente para reciclar os aparelhos e baterias que fabrica. Segundo a consultora de relacionamentos da empresa, Noemia Gonçalves, “O programa de reciclagem consiste da coleta de baterias inutilizadas através de urnas disponibilizadas nas lojas próprias das operadoras e nas assistências técnicas autorizadas. Posteriormente, as mesmas são armazenadas e enviadas a uma empresa na França, que atua internacionalmente na área de processamento de baterias”. Os componentes dos aparelhos são altamente poluidores, porém podem ser recuperados e utilizados para outros fins. Além disso, grande parte dos resíduos é transformada em energia elétrica.


O que você pode fazer com o seu lixo


Para descartar o lixo eletrônico, existem ainda outras opções, como enviá-lo a empresas especializadas em recolher e separar esse tipo de material ou até mesmo doar um objeto usado para quem saiba reaproveitá-lo. 


Um exemplo, entre muitos, é a Lixo Digital, uma empresa que coleta resíduos eletroeletrônicos provenientes de residências e pequenas empresas. Simone Dianni, responsável pela área de comunicação da empresa, explica que toda matéria prima é vendida para ser transformada em insumo. “Costumamos vender a matéria prima para compradores de resíduos sólidos que de fato retornem o material à cadeia produtiva” diz ela. Simone acredita que é preciso fazer um trabalho de reversão cultural no Brasil e define “um consumidor é responsável e comprometido na medida em que se preocupa com o descarte correto de um aparelho eletrônico e pesquisa a origem de um produto novo, só comprando quando ele for feito de material reciclável”. A empresa, que tem sede em Itatiba, pode ser contatada pelo site por telefone. 

Catálogo online da artista
O artesanato é uma outra maneira de reaproveitar os equipamentos eletrônicos usados de forma artística. É o que vem fazendo Naná Hayne há alguns anos. A maior parte do material que ela recebe é de doação de técnicos em informática. Além das peças oriundas de computadores usados, Naná diz que também trabalha com celulares, calculadoras, impressoras e outros resíduos do lixo tecnológico. “Às vezes aparecem coisas bem interessantes e eu uso para meu trabalho” declara ela e acrescenta “eu gosto de reutilizar, então não me restrinjo a somente um tipo de material, quase sempre ‘olho em volta’ e vejo o que está disponível para trabalhar”. O blog Vem do Lixo conta com imagens dos seus produtos e explicações sobre como a artista faz seu trabalho usando o lixo eletrônico.

Um comentário:

  1. O que fazemos com o lixo é assunto sério! Gostei da iniciativa.

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