Antes de mais nada pare, respire, pense e
responda: você acha que está preparado para
dividir
seu espaço com outra pessoa? Lembre-se que não será como um parente, ou seja,
alguém que está na sua vida simplesmente por laços sanguíneos.
Seu roommate vai ser uma pessoas escolhida por você, de livre e
espontânea vontade, então um pouco de cautela e prudência nessa hora fazem bem.
As dicas a seguir irão ajudar você a maximizar as suas chances de encontrar o
melhor companheiro para compartilhar um lar. Se está disposto a isso, vamos lá!
1.
Defina suas expectativas
Qual a finalidade da sua busca por um
roommate: você já mora em um apartamento alugado, alguém saiu e agora precisa
preencher uma vaga ou você está querendo encontrar alguém primeiro para depois
alugarem um apartamento juntos? Esse arranjo é por um tempo determinado ou não?
Descobrir suas motivações e definir o que
você espera conseguir ao movimentar suas energias para determinada tarefa é o
primeiro passo. Parece besteira, mas se você tiver bem claras as suas
expectativas, a chance de encontrar alguém compatível com elas torna-se muito
maior. E depois, não se esqueça de perguntar para o outro quais as expectativas
dele também.
2.
Investigue a fundo
Quando já tiver alguns candidatos a futuro
roommate nas suas mãos, a primeira recomendação é fazer uma investigação
completa de toda a vida pessoal deles. A melhor maneira de realizar essa etapa
é através de redes sociais, como o Facebook, onde é possível ter uma noção de
estilo de vida, locais frequentados, gostos pessoais e culturais, estudos e
trabalhos desenvolvidos pela pessoa.
Tudo pode ser descoberto por meio de
páginas que ela curte, eventos que costuma ir e outras informações proporcionadas
por ela mesma. Lembre-se que gosto não se discute. Você não precisa encontrar
alguém que torça para o mesmo time ou que ouça as mesmas bandas para garantir
que será o roommate perfeito. Tudo vai depender do seu nível de tolerância a esses
pontos.
3.
Olho no olho
Após a triagem virtual, reserve um momento
para uma conversa com a pessoa no melhor estilo cara a cara, pois é quando se
percebe as sutilezas do comportamento humano; além disso, você terá uma
oportunidade de sentir se há afinidade ou não. Se vocês já forem amigos ou se
tiverem amigos em comum, convide a pessoa para conhecer o lugar onde você mora,
no caso de estar procurando um novo roommate.
Se a pessoa for desconhecida ou você não
quiser abrir seu apartamento, o primeiro contato pode contecer em algum
ambiente neutro, como um shopping, por exemplo. Proceda da mesma forma se você
ainda não tem o apartamento em questão, caso esteja procurando alguém para
iniciar essa aventura.
4. Semelhantes
ou complementares?
Em se tratando de personalidade, você irá
se deparar com duas situações: as iguais à sua e as diferentes. Nem sempre o
igual é melhor, há vantagens e desvantagens. Se você é uma pessoa desorganizada
e o outro também, quase não terão conflitos por causa disso, porém a casa
ficará bastante bagunçada.
Se o outro é organizado do tipo que não se
importa de arrumar as coisas, são características complementares. Já se for do
tipo que não suporta desorganização, aí as chances de entrarem em conflito são
grandes. Verifique as principais dicotomias: Expansivo ou retraído? Falante ou
calado? Festeiro ou caseiro? Diurno ou noturno?
5.
Confiança é importante
Um roommate será alguém que, bem ou mal,
estará mais presente na sua vida do que sua mãe, dependendo do caso. Então,
poder confiar nessa pessoa que irá dormir no quarto ao lado e ficar na casa
quando você sai é importante. Claro que você não precisa checar antecedentes
criminais, a não ser que tenha um bom motivo para isso.
Mas você pode contar com uma segunda opinião
de quem já conhece a pessoa, ou então apresentá-la a um amigo que seja mais
perspicaz para julgar o caráter dos outros, ou ainda se propor a conhecer a
família do outro, caso seja possível. Assim, os laços de confiança vão sendo
estabelecidos e você ficará mais tranquilo.
6.
Sem pressa, sem pressão
Se você passou pelas dicas anteriores e
ainda não encontrou o roommate perfeito, não se precipite, escolher qualquer um
ou o menos pior pode ser fatal. Por isso, é recomendável que sempre comece a
procurar alguém para dividir apartamento com antecedência. Assim o fator “falta
de tempo” não irá lhe influenciar numa má decisão.
E, se durante o processo de busca, um dos
candidatos estiver muito empolgado e insistindo demais para ser escolhido, não entre
nessa pressão. Até mesmo amigos podem querer influenciar sua decisão,
favorecendo alguém que você não tem total certeza. O ideal é tomar a resolução
final de forma calma e ponderada.
7.
Sr. Barriga x Sr. Madruga
Uma vez que você já tenha arranjado seu
candidato preferido, é preciso submetê-lo a certas “condições prévias” que irão
garantir o seu sossego depois, caso algo venha a dar errado. E um dos pontos
que pode dar um conflito nada fácil de lidar é na hora das cobranças: e se você
precisar bater na porta do quarto do outro e exigir: pague o aluguel, como
fazia o Sr. Barriga com o Sr. Madruga?
Para evitar isso, se você está na situação
de já morar no apartamento, pode pedir que o outro deixe um valor de caução, de
1 a 3 meses de aluguel, por exemplo. Se estão entrando juntos em um novo
apartamento, podem combinar algum outro esquema que seja mais justo para ambos.
A questão de sair do imóvel também entra nessa: precisa dar aviso prévio quanto
tempo antes?
8.
Cartão verde, amarelo ou vermelho?
Defina também as “regrinhas” com seu futuro
roommate antes de fecharem o acordo. Vocês precisam esclarecer o que acham que
está liberado e se ambos concordam, o que não acham tão legal que aconteça ou
se faça, mas ainda assim toleram e o que realmente não suportam.
Vale pegar a comida do outro? Precisa pedir
antes ou é só avisar depois? Pode fumar na varanda, dar uma festinha sem
planejar ou transar no sofá? Claro que muita coisa é questão de bom senso e
respeito, principalmente se vocês partirem do princípio: não fazer ao outro o
que não gostaria que fizessem para mim, mas é sempre bom estabelecer as regras do
jogo antes.
9. Divisão
de território
Aliás, falem sobre tudo, mas tudo mesmo.
Uma conversa clara e franca só tende a aumentar suas chances de construir um
ambiente leve. Toque em todos os pontos do que for de uso comum: da televisão
até a limpeza geral do apartamento e principalmente da cozinha, para que a
louça não se torne motivo de brigas.
Como será a organização dos armários, dos
espaços na geladeira, a rotina de separar e tirar o lixo, a rotatividade no uso
da máquina de lavar e do varal, quem repõem os produtos para a casa? E do que
for de ordem pessoal: onde esticar a toalha de banho e colocar a roupa suja, pode
entrar no quarto do outro sem pedir, quais os limites para a luz acesa, o som
alto, as visitas? Uma vez demarcado o território: paz!
10. O
que fazer se der errado?
Seguindo as dicas anteriores, você terá
cercado, por quase todos os lados, aquilo que é passível de ser controlado
previamente. Mas o conhecimento verdadeiro sobre alguém só vem com a prática, é
no dia a dia que se cria intimidade e se aprende a conviver de fato.
Pode ser que ao longo do tempo aconteçam pequenos
aborrecimentos, a chave para superá-los é ser mais tolerante e sempre sincero:
caso sinta-se incomodado, diga isso de forma educada. Se os conflitos começarem
a passar dos limites, você estiver se sentindo mal, sem vontade de voltar para
casa e perceber que fez a escolha errada, o que fazer? Recomeçar, sem desistir
jamais e aprendendo sempre.