Qual o sentido de conhecer alguém virtualmente pela internet?
Seja em sites de bate-papo, comunidade de facebook ou, mais moderno ainda, por aplicativos de celular especialmente criados para esse fim: conversar com pessoas que estão próximas a você (num raio de 1km ou até menos) mas que são completas desconhecidas?
São muitos os motivos pessoais de cada um, mas apenas uma razão: vivemos um tempo em que as pessoas interagem muito mais com o mundo virtual do que com o real. Robozinhos e megabytes separam você do outro, e há apenas um sentido nisso tudo... um sentido que predomina sobre todos os outros: a visão!
Não a visão à longa distância, ninguém olha para o horizonte do mundo, apenas o vê recortado através de telas. A imagem é tudo. Você conhece uma pessoa vendo fotos dela e por aquilo que ela te conta, ou melhor, digita. A imagem, porém, está totalmente passiva de manipulação e edição. A foto pode ter tratamento, houve uma pré-seleção, dificilmente você vai ver a pessoa em situações desfavoráveis. Já as palavras, quantas vezes não são escritas e reescritas antes de serem enviadas?
Para tentar diminuir a virtualidade, é preciso fazer uso dos outros sentidos. A audição pode ser acionada, em um telefonema mais íntimo, mas não deixa de ter seu papel secundário. O olfato pode ser virtualmente estimulado ao se dizer o perfume, o shampoo, a loção usados. O mesmo ocorre com o paladar:
- gosto de chocolate e morango!
- prefiro baunilha...
Mas tem só um sentido que não dá para intuir, que faz efeito somente na mente, e olhe lá! É o tato... tocar, ser tocado e finalmente se tocar: chega de relacionamento virtual. Você só conhece alguém de verdade quando encontra os olhos nos seus, prova o gosto, experimenta o cheiro, escuta os batimentos do coração e então sente o insubstituível calor da pele humana.
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segunda-feira, 30 de setembro de 2013
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
A cilada ou asilada?
- Coitada da vó! É uma cilada.
- Por quê?
- Você iria gostar que seus filhos te
largassem num lugar como esse?
Não quero ter filhos. Mas no caso da bisa,
o tal do asilo estava fora de questão:
- Nem aqui, nem na China!
Não mesmo! Ela foi para Goiânia, onde o tio
tem uma propriedade. Mas mamãe não quis nem saber, acionou toda a família,
acendeu vela pro santo e passou uma noite sem dormir. Queria que a velha
voltasse logo para sua vidinha solitária e rotineira!
Ontem a bisa ligou do celular do tio:
- Alou?? Alou??
- Oi bisa, tá tudo bem?
- Tô ótima, eles cuidam bem de mim aqui.
- Mas onde a senhora está?
- É uma casa grande, perto de Goiânia, tô
tomando um chá.
- A senhora está na casa do tio?
- Parece um hotel, sou bem servida, ótimas
refeições, vejo a novela todos os dias!
- Então a senhora está se divertindo?
- Vou ficar dois meses! É bonito, muito
animado, cuidam bem de mim aqui.
Avisei mamãe que a bisavó ligou e está bem,
mandou beijos a todos. Acho que ela não foi parar no tal do asilo. Disse que
estava num lugar bom e bonito, animado, com amigos, comida, chá da tarde, novela
e pessoas para dar atenção e cuidado.
Isso não se parece em nada com uma cilada!
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